Os corpos do poema: as aporias do lugar de fala em um texto da Escrita não Criativa

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Resumo

Este artigo começa na leitura de “O Corpo de Michael Brown”, de Kenneth Goldsmith. Texto exemplar da Escrita não Criativa, o poema abre um campo de reflexão sobre a teoria e a prática das escritas de cópia e apropriação. Por meio da construção do texto e da sua recepção, com críticas de cunho político, conseguimos identificar o lugar e as responsabilidades da enunciação como problemas caros à poética do não original. De modo a estudar como tal problemática se constitui, tomamos por objeto os enunciados dos textos envolvidos no acontecimento deste poema. Retomamos, a partir dele, a base conceitual da Escrita não Criativa. Contrapõe-se a isso as teorias que disputam “o problema de falar pelos outros”, como Spivak e Alcoff. Entre as contradições destas perspectivas, acaba-se por demonstrar uma instabilidade da apropriação, bem como a necessidade de estudá-la em um contexto mais amplo, pós-autônomo, que leve em questão seus contextos e efeitos.

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Publicado

2020-10-14

Como Citar

Abreu, L. F. S. de. (2020). Os corpos do poema: as aporias do lugar de fala em um texto da Escrita não Criativa. ELyra: Revista Da Rede Internacional Lyracompoetics, (15), 17–30. Obtido de https://www.elyra.org/index.php/elyra/article/view/323